terça-feira, 7 de outubro de 2008

Produção de biodiesel aumenta consumo de álcool




Jane Désirée
Stéphanie Lacerda

A adição de até 15% de álcool no processo de produção do biodiesel, como agente esterificador, além de colaborar com a diminuição de poluentes na atmosfera, trará suporte ao aumento da produção de álcool no Brasil. Somente para atender à demanda nacional de álcool, para viabilizar a adição de 5% na mistura de biodiesel ao diesel, chamada de B-5, serão necessários 300 milhões de litros adicionais do combustível. Outras culturas agrícolas também poderão usufruir do potencial de desenvolvimento oferecido pelo biodiesel, especialmente as oleaginosas, como soja, girassol, algodão, mamona e dendê, entre outras. Pesquisas realizadas sobre a produção do chamado combustível verde com a utilização da soja como principal substância demonstram que, mantido índice de 5% de adição ao combustível fóssil, seria necessário aumentar em 30% a produção de óleo de soja para atender à demanda.

A implementação de um programa energético com biodiesel abrirá oportunidades para grandes benefícios sociais, decorrentes da alta geração de empregos por capital investido. Voltando ao exemplo da adição de 5% de biodiesel elaborado com o uso da soja, a quantidade necessária para abastecer o mercado do combustível resultaria no aumento de 2,7 milhões de hectares da lavoura no Brasil. Este aumento de área plantada resultaria em 60 mil novos postos de trabalhos no campo. Da mesma forma, só com a adição do álcool na mistura do biodiesel, seria preciso expandir a cultura da cana-de-açúcar em 125 mil hectares, gerando 7.500 empregos diretos.

Talvez o principal benefício proporcionado pelos combustíveis alternativos seja a substituição dos combustíveis fósseis importados, pois o uso do biodiesel diminuiria a dependência de importação do produto. Hoje, o Brasil importa 17% do diesel consumido no País. No caso de adotar-se a mistura B-5, a redução das importações resultaria numa economia anual de US$ 1,2 bilhão em divisas para o País. A diminuição das compras externas do diesel seria proporcional ao tipo de mistura a ser utilizada no Brasil. Para a mistura B5, a importação do diesel cairia de 17% para 12%. Com a mistura B10, a redução seria de 7% do total adquirido pelo País, enquanto a mistura B20 eliminaria totalmente a necessidade de importação.

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