terça-feira, 7 de outubro de 2008

Falta água até nas geleiras

Não é só o gelo ártico que está derretendo, o mundo também está perdendo o gelo da Antártica e das principais geleiras dos Alpes, Andes, Himalaia e das Montanhas Rochosas. Apenas a Groenlândia vem acumulando gelo nos topos de suas montanhas mais altas, embora tal ganho mal compense as perdas nas baixas altitudes, no recortado litoral groenlandês.
Em meados de agosto de 2007, encontraram uma diferença de mais de 2 metros de espessura. Na "lagoa" degelada em pleno Ártico, o pesquisador James J. McCarthy, da Universidade de Harvard, notou desenvolvimento de plâncton, sinal de que o gelo já se encontrava derretido há um certo tempo. Este derretimento de geleiras, antes consideradas "eternas", não é apenas o maior indício de que os efeitos desastrosos das mudanças climáticas, provocadas pelo efeito estufa, começam a ser mensuráveis. É também um sinal que o derretimento do gelo não só está ligado ao aumento médio do nível dos oceanos como pode "disparar" outros desastres ambientais de grandes proporções.
O derretimento do gelo no Himalaia, por exemplo, afetará o sustento de água na maior parte da Ásia, Índia, Paquistão, Tailândia, Vietnã e China. Estes países são abastecidos por rios que dependem da água acumulada como neve no alto das montanhas, e de seu derretimento no verão. Ocorre que o derretimento do gelo "eterno" contribui para o aumento da temperatura atmosférica média e este aumento altera o ciclo das águas, produzindo mais chuvas e menos neve no inverno. Com maior volume de água disponível, ocorrem mais enchentes durante o inverno e se reduz a disponibilidade de água de abastecimento na estação seca. Além disso, se os oceanos subirem apenas 1 metro, Bangladesh perde metade de sua área de plantio de arroz, alimento básico e já escasso para a população do país.


Fernanda Senno Palin

Nenhum comentário: