Contado o último voto das eleições 2008; vem a pergunta: e a cobertura? O papel da imprensa? Do jornalismo? Do jornalista? Ou trocando tudo isso: tivemos liberdade de imprensa ou informação? Debates nessas horas são bem vindos e até necessários, é nessa hora que os temas e pautas devem ser colocados na roda confrontando o que está ali estabelecido com o que de novo deve ser implementado.
Mais uma vez a imprensa como um todo deixa muito a desejar, o debate se perdeu em coisas miúdas como a proibição de propaganda ou manifestação via internet, os candidatos ficha suja, o tempo de TV e claro o interminável e mal explicado financiamento público de campanha. O ponto crucial em todo esse processo, a meu ver, é o fim do voto obrigatório. Assunto tabu entre as grandes “redes” de comunicação e tratado meio timidamente por áreas ainda “livres” de imprensa, o assunto passa longe de um debate, muito urgente, sério e se pisa sempre nos mesmos terrenos ou teorias políticas e sociais que remontam o século passado, e a cobertura então se resume a espetacularização do cotidiano morno das campanhas, e tome barquinho na Amazônia levando a “cidadania” a todos os brasileiros, o velhinho de cem anos que ainda votam, a juventude “engajada” que quer mudar o Brasil e os depoimentos sempre deprimentes dos excluídos que são chamados à festa da democracia.
Particularmente este ano a cobertura das eleições, principalmente nas grandes redes de televisão, não prestou nenhum papel relevante e aproximou-se muito mais de um tom meio novela das seis beirando a Malhação, do que a cobertura jornalística e critica que se deve esperar num evento assim. A internet que seria o grande teste da nossa tão falada liberdade de expressão foi brutalmente censurada via judiciário. E os jornais praticamente ficaram repetindo pesquisas e gráficos.
Enfim a cobertura eleitoral praticamente ficou estagnada a repetir mais acontecimentos que fatos dignos de serem chamados de Notícia. E sinceramente ficou um gosto de retrocesso no ar, ou melhor, faltaram fatos e debates novos que fossem capazes de chamar o público para o centro da notícia, isso é bom pra “eles”, ruim pra imprensa e péssimo para a população.
Priscilla Fernandes
terça-feira, 7 de outubro de 2008
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