domingo, 22 de junho de 2008

Do Kasato à Liberdade

Tudo começou há 100 anos no porto de Kobe, Japão. Eram 781 pessoas que vinham para o Brasil em busca de um futuro melhor, coisa que sua terra natal já não mais os proporcionava.
Foram cerca de dois meses viajando a bordo do navio Kasato Maru, num trajeto que contrastou a esperança desses imigrantes com a desconfiança.
No dia 18 de junho de 1908 os orientais chegam ao porto de Santos, e dão início ao que construíram até hoje, apresentando-nos sua cultura e suas crenças, seus hábitos e costumes, que, hoje, confunde-se com as nossas.
No início foi tudo difícil, nem tudo (ou quase nada), foi como prometido. As moradias eram as mesmas que outrora fora usada pelos escravos, e as condições de trabalho não muito diferentes das que eram oferecidas aos negros que aqui trabalharam.
Mas aos poucos tudo mudou para uma forma que nem os mais otimistas poderiam vislumbrar.
Se no começo era impossível se imaginar comer peixe cru, hoje é motivo de chacota quem nunca provou da culinária japonesa.
E o que dizer da dificuldade em pronunciar o sobrenome desses orientais. Dificuldade que hoje já não temos mais, conseguimos falar da forma correta e sem muito esforço. Salvo as exceções.
Um povo que conseguiu, mesmo que devagar, nos mostrar sua cultura e introduzi-la na nossa, que ganhou seu espaço e que hoje já não conseguimos imaginar a cidade de São Paulo sem o Bairro da Liberdade, e nem chegar à praça de alimentação dos shoppings e não ver os diversos restaurantes especializados em comida japonesa.
Sem falar dos descendentes de japoneses que dominam o ranking das principais faculdades do país.
Os 100 anos da imigração japonesa no Brasil nos mostrou muitas coisas. Coisas que precisamos ter em nós brasileiros, para mudar o rumo de nosso país.

Paulo Ramazza\Elton Piachoski

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